A data, instituída pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2007, tem a finalidade de reconhecer o esforço global para o controle efetivo da malária.
Além das medidas direcionadas à redução de casos, outra ação essencial a ser lembrada é o acompanhamento de pacientes, bem como o monitoramento de eventos adversos provocados pelo uso de medicamentos utilizados no tratamento da malária.
Depois de mais de uma década de avanços constantes no combate à malária, o progresso se estabilizou. Segundo o último World Malária Report 2018 da OMS, não foram obtidos ganhos significativos na redução dos casos no período de 2015 a 2017.
O número estimado de mortes por malária em 2017, 435.000, permaneceu praticamente inalterado em relação ao ano anterior.
De acordo com a OMS, 229 milhões de pessoas foram acometidas pela doença em todo o mundo em 2019, com 409 mil mortes. No mesmo ano, o Brasil registrou 153.270 casos autóctones (contraídos no país), representando uma queda de 18,4% quando comparado ao ano de 2018. Os dados são do Programa Nacional de Prevenção e Controle da Malária (PNCM), disponíveis no Boletim Epidemiológico da Malária-2020, da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde.
Mas, em Mâncio Lima o cenário tem sido outro, animador e evolutivo. Em 2017 a média mensal de casos da doença era de 800 e, em 2020, a média mensal no mesmo período ficou em torno de 200 casos, 600 pessoas estão deixando de adoecer por malária todos os meses, este é o menor número dos últimos 15 anos.
Os números de casos continuam a baixar graças ao trabalho constante da equipe de Vigilância Epidemiológica com a identificação e eliminação de criadouros, limpeza e manutenção dos corpos d'água, diagnóstico precoce, acompanhamento dos pacientes, orientação e educação.
“O controle da malária se resume no diagnóstico e tratamento imediato e adequado, o restante das ações, como a distribuição do cortinado, entrega da medicação, o tratamento feito de maneira correta e o acompanhamento, é uma complementação para termos o controle desta doença. A malária não vai acabar por ser uma doença tipicamente da região amazônica, contudo, o uso do cortinado, cuidados com os horários de pico, eliminação dos focos de reprodução do mosquito, orientação dos agentes, é a garantia do controle desta doença, aqui em Mâncio Lima já reduzimos de maneira significativa a falciparum que é a forma mais invasiva da doença”, disse Francisco Melo, Gerente de Endemias.
Dos casos de malária em Mâncio Lima, 40% estão concentrados na comunidade Pentecostes e Belo Monte, o que se justifica pelo inverno rigoroso dificultando a presença das equipes, demora no diagnóstico da doença e o acréscimo das águas nos rios e igarapés. A zona urbana contribui hoje com 20% dos casos, esse número já chegou a 50%. A redução da malária mais grave, geralmente causada por infecção por Plasmodium falciparum, chegou a 80% em relação a abril de 2021, dos 80 casos detectados no mês de abril, apenas quatro são desta categoria.
“Para nós é uma alegria imensa poder comemorar o dia Mundial de luta contra a malária e podermos ter esses números de casos no município, já vivemos cenários críticos em que chegamos a ter 1.200 casos mensais e, chegar com o número de 80 casos é motivo de comemoração. Tudo isso só é possível graças ao trabalho incansável da equipe de endemias desde o Gerente Melo a toda sua equipe que tem feito um trabalho de bloqueio onde há a detecção de casos, acompanhamento e orientação tem sido fundamental para termos os números atuais”, destacou Ajucilene Gonçalves Mota, Secretaria Municipal de Saúde.
É necessária uma ação urgente para que a resposta global à malária seja retomada. O desafio está nas mãos dos países mais afetados pela doença, para que o tema seja mantido no topo da agenda política, mobilize recursos e capacite as comunidades para que se responsabilizem pela prevenção e pelo tratamento da malária.
A aposentada Rosa Rodrigues Ramos de Lima tem 102 anos de idade, por muito tempo morou na Comunidade São Domingos e, nunca havia sido contaminada pelo mosquito transmissor da malária, no dia 11 de abril foi diagnosticada com o Plasmodium Vivax. Tão logo a Secretaria de Saúde identificou o caso deu início ao tratamento e acompanhamento da paciente, além da de medicamentos, cortinado e a lâmina de verificação de cura.
“A minha mãe está sendo muito bem assistida, tanto pela equipe das Endemias quanto pela equipe da Secretaria de Saúde, os agentes tem estado presentes, o médico vem sempre que solicitado, o tratamento assim que descobrimos a malária foi fundamental para que ela esteja bem e se recuperando muito rápido. É a primeira vez que ela pega a doença e pela idade exige uma atenção especial que não faltou até hoje. Mamãe teve reações fortes nos primeiros dias, porém, com a medicação certa e no horário indicado hoje ela já está bem, se alimentando e conversando”, finalizou Marieta Ramos, filha da aposentada Rosa Ramos.
A malária é uma doença infecciosa febril aguda transmitida pela picada da fêmea do mosquito Anopheles, infectada pelo microrganismo Plasmodium.
Objetivos do Desenvolvimento Sustentável - ODS
Uma das metas da Organização das Nações Unidas Nações Unidas até 2030, é acabar com as epidemias de AIDS, tuberculose, malária e doenças tropicais negligenciadas, e combater a hepatite, doenças transmitidas pela água, e outras doenças transmissíveis. Essa meta é parte da Agenda 2030 e do ODS 3, Boa Saúde e Bem Estar, assegurando uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades.
Adicionalmente, considerou-se que acabar não é um termo adequado para estas doenças. Por exemplo, acabar com a dengue exigiria a erradicação do aedes aegypti, mas essa é uma tarefa inviável. O que é possível fazer, com um trabalho rotineiro e a colaboração de toda a sociedade e do poder público, é controlar a disseminação do vírus acrescentando assim o termo "como problema de saúde pública" para que fique claro que o objetivo é reduzir e controlar a ocorrência dessas doenças.
Em Mâncio Lima, com o início da elaboração da Agenda 2030 e os ODS temas como este já está em pauta, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são um apelo universal da Organização das Nações Unidas à ação para acabar com a pobreza, proteger o planeta e assegurar que todas as pessoas tenham paz e prosperidade.
Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) nasceram na Conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável no Rio de Janeiro em 2012. O objetivo foi produzir um conjunto de objetivos que suprisse os desafios ambientais, políticos e econômicos mais urgentes que nosso mundo enfrenta.
Assessoria de Comunicação Social
Jenildo Cavalcante
Beatriz Monte
Imagens: Evandro Ibernon
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